RT info:eu-repo/semantics/book T1 De Ilipa a Munda. Guerra e conflito no Sul da Hispânia A1 Pereira, Carlos (ed.) A1 Albuquerque, Pedro (ed.) A1 Morillo, Ángel (ed.) A1 Fabião, Carlos (ed.) A1 Chaves, Francisca (ed.) AB O presente volume constitui um modesto contributo para o debate e divulgação da linha de investigação sobre Arqueologia Militar Romana. Resultado da organização de um evento internacional1, foi inicialmente idealizado no âmbito do projecto de pós-doutoramento2 de um de nós (Carlos Pereira), mas para o qual foram determinantes a colaboração de Pedro Albuquerque e o apoio da Universidade de Sevilha. Todavia, nada disto teria sido possível sem as assertivas e cirúrgicas indicações de Ángel Morillo, Francisca Chaves e Carlos Fabião, que nos orientaram nesta complexa temática. O evento, que decorreu nos dias 3 e 4 de Dezembro de 2019, teve lugar na Universidad de Sevilla e acolheu um total de cerca de 60 assistentes e 32 investigadores de diferentes países (total de 24 comunicações), que concederam valiosos contributos para o debate da Arqueologia Militar. Foi organizado pela Universidade de Sevilha e pela UNIARQ – Centro de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e financiado pelo Vicerrectorado de Relaciones Institucionales da Universidade de Sevilha.Infelizmente, para esta publicação, não foi possível contar com todas as contribuições que, por questões várias, não integram este volume e que compunham de forma mais homogénea os eventos militares ocorridos entre as batalhas que lhe dão título. No entanto, outras foram somadas e patenteiam algumas das questões que são mencionadas ao longo destas páginas, entre elas, o regresso a notórios sítios que têm ainda muito a contribuir para o conhecimento da Arqueologia Militar e que ampliam a visão de conjunto sobre estes temas.Os trabalhos apresentados foram distribuídos por dois blocos temáticos: um dedicado à historiografia, fontes literárias e questões de género; o outro integra estudos de sítios, contextos e materiais arqueológicos. No primeiro, o leitor pode encontrar aspectos da Península Ibérica através das narrativas dos corpora mitológicos, mas também compreender a relação das mulheres com a guerra na Antiguidade e o papel por elas desempenhado, assim como a sua postura perante casos concretos que nos foram transmitidos pela literatura antiga. Todavia, também a literatura moderna é fonte de informação sobre a evolução no entendimento das grandes batalhas ocorridas no Sul do território peninsular. Por esse motivo alguns trabalhos abordam a representação das batalhas de Ilipa e de Munda em obras recentes, sendo um deles dedicado a uma análise ainda mais detalhada sobre um desses “campos de batalha”.O segundo bloco, mais extenso, incorpora um total de 12 trabalhos que dissecam sítios e contextos e que abrem horizontes sobre um tema ainda bastante difícil. Tal como se expressa, a sua ordem segue um critério geográfico, pois uma organização cronológica revelar-se-ia inglória, já que muitos dos sítios apresentados oferecem uma diacronia de ocupação longa e, não poucas vezes, de génese indígena. Apresentam-se sítios militarizados, mas também acampamentos militares romanos e campos de batalha, nos quais os autores conseguem debater cada um deles de forma harmoniosa, articulando continuamente os argumentos entre os contextos, os materiais e o enquadramento crono-cultural. Com efeito, já não sãosuficientes os tradicionais estudos dos materiais seleccionados e dos palimpsestos onde estes se encontram,sendo cada vez mais relevantes a análise integrada dos contextos e das quantificações.Somos cientes, contudo, que esta obra se foca particularmente num período mais concreto do queaquele que é abrangido pelo título, centrado nas últimas décadas do século II a.C. e nas primeiras doseguinte. Esta situação, além de ser resultado da área geográfica a que estes estudos se dedicam, é tambémconsequência das próprias modas ou dinâmicas dos estudos realizados no momento. Com efeito, éinegável que nas últimas décadas se tem centrado a investigação naquela fase concreta da conquista.Apesar disso, esperamos que esta obra possa vir a ser seguida por outras, que lhe dêem continuidade eque a complementem, quer seja geográfica ou cronologicamente.Além disso, as novas tecnologias aplicadas durante as escavações dos contextos, o maior e melhorconhecimento que temos dos artefactos, sobretudo sobre a sua cronologia, e o estabelecimento deconjuntos-tipo bem definidos têm permitido que possamos determinar com mais precisão o “quando”,o “como” e o “porquê” para cada sítio que escavamos. Esta disponibilidade de novas ferramentas eformas de entender o passado já deram provas da sua validade no campo da Arqueologia Militar. Aestes progressos soma-se o cada vez mais comum recurso a novas tecnologias para identificar e auxiliaro entendimento dos estabelecimentos militares, temática que também é digna de um futuro volumemonográfico. Porém, estas ferramentas devem ser utilizadas com cautela, pois a tradicional Arqueologiacontinua a ser a forma primordial de corroborar ou construir narrativas históricas científicas precisas,ainda que auxiliada pela tecnologia. SN 978-989-53453-2-8 YR 2021 FD 2021 LK https://uvadoc.uva.es/handle/10324/78067 UL https://uvadoc.uva.es/handle/10324/78067 LA spa DS UVaDOC RD 05-oct-2025